terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Conferência de cultura e a nossa marca

Não que os assuntos estejam relacionados, mas estão.

Primeiro, a notícia de hoje: III Conferência de Cultura do DF.

Sou e conheço outros agentes de cultura do DF. Muitos criativos, pró-ativos, pensantes e saudavelmente loucos, outros meio picaretas ou, como diz a minha vó (ela é sábia, por isso eu a cito sempre), safadistas militantes.

Os fóruns são sempre bons para isso mesmo: discutir com quem tem o que discutir, pensar, criar e identificar quem só quer saber mesmo quando sai e de quanto será o financiamento.

O dinheiro, é óbvio, é necessário, mas antes de enfiar a mão na carteira do Agnelo (que na verdade é um carteirão que reúne nossas carteiras todas) precisamos discutir as políticas públicas: quais serão, como vão se organizar, por quem e para quem direcioná-las, essas coisas todas que envolvem a cultura, que eles chamam de direito fundamental (aliás, parabéns por isso!).


Li algumas pessoas criticando a marca nova, principalmente em comparação com a antiga, do governo Lula. Eu gostava da outra. Gostei da nova também.

Fico imaginando o quanto deve ser difícil para uma pessoa ou grupo de pessoas tentar traduzir em um desenho a ideia completa do que somos ou o que desejamos ser como país, todos os objetivos, programas de governo, orgulhos e aspirações culturais, econômicas, de desenvolvimento... Quer dizer, tudo. Da mesma forma, o slogan: tentar dizer isso tudo em uma frase curta.

Gosto disso tudo (tem muita gente que esperneia e diz que as propagandas institucionais só servem para desviar a atenção das reais intenções perniciosas dos governos. Em alguns casos pode até ser, mas como eu aprendi com a Bia esses dias, existe uma diferença grande em dizer que O melhor do Brasil é o brasileiro e pedir que alguém, assim sem questionamentos e por amor à patria, Suporte nossas tropas).

É muito bom ser um país de todos, mas também é (se não for a mesma coisa dita de forma mais direta) fundamental, considerando que somos um país rico, livrar-se da pobreza.

2 comentários:

  1. De fato, acho que a propaganda está em quase tudo, até mesmo em algumas conversas. Dependendo do ponto de vista, ela pode ser vista como manipulação ou mobilização. E isso não quer dizer que ela vá ser sempre ruim, má. Mas um exercício bom sempre, para não se deixar manipular ou mobilizar à toa, é questionar. Por quê? Por que o Brasil é um país de todos se nem todos têm acesso à educação ou a um sistema de saúde? Por que o melhor do Brasil é o brasileiro? Por que dizer que o Brasil é rico em energia limpa, hidrelétricas, em etanol, rico em terras, em cultura, se grande parte da população é pobre? Penso que a nova marca do governo traz uma mudança nesse aspecto, ao questionar você faz uma reflexão. País rico é país sem pobreza. Então precisamos chegar lá, pois - ao contrário do que muitos números em artigos econômicos fazem crer - então não somos ricos. Ainda temos muita pobreza. É uma marca que, se questionada, coloca seus pés no chão.

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  2. Concordo plenamente com você e com a Bia. Dizer que Brasil rico é Brasil sem pobreza é reconher que a pobreza ainda é um problema grave no país.

    Estive agora mesmo no interior do Amapá e pude constatr isso de perto. A pobreza e a flata de uma educação básica travam qualquer desenvolvimento. As pessoas tem de ser capazes de pensar por conta prórpia. e isso só se faz com comida no prato e professor na escola!

    Abração, meu broder!

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