quinta-feira, 30 de junho de 2011

'o saldo do twitter ainda é positivo' e outras histórias

Na revista Vida Simples desse mês (sempre vale a pena ler), na matéria "Dá para mudar o mundo na hora do almoço?", o repórter André Gravatá menciona a tese de um filósofo holandês - Baruch Spinoza - sobre bons e maus 'encontros'. Para esse filósofo, aparentemente, um 'bom encontro' teria poder de aumentar a nossa força vital e um 'mau encontro' teria capacidade de 'sugar' energia de nosso corpo. "O corpo humano humano pode ser afetado por muitas maneiras que aumentam ou diminuem sua potência de agir", ele diz lá.

E é mesmo fácil observar como boas e más atitudes vindas de outras pessoas nos predispõem a agir da mesma forma, com elas, de volta, ou em novos encontros. Bem que o profeta disse: "Gentileza gera gentileza", ou o velho dito dito pelo Dito dizia: "Violência gera violência"... enfim, a tendência é que se esp(e)alhe.

Pensando nisso, é interessante considerar a internet e o sem-número de redes sociais das quais participamos ativa ou passivamente (ui!). A rede possibilita não só a ampliação do número de encontros diários como dispara também o contador de oportunidades nas quais eles possam acontecer. Os esbarrões não se limitam mais a conhecidos ou frequentadores de um mesmo lugar, mas ampliam-se a novas comunidades reunidas por: interesses comuns, localização geográfica, faixa etária... quase tudo.

A grande vantagem, gente brasileira, desses encontros não-presenciais é a possibilidade (única) de ampliar o alcance dos resultados de bons encontros e minimizar as consequências ruins dos maus. O twitter por exemplo: ainda é muito positivo o saldo da balança de coisas boas e ruins que saem dali. Bons encontros geram mobilizações organizadas, protestos sérios, troca rápida de ideias e informações, transparência etc. Opiniões vazias, pílulas de raiva mal resolvida, rivalidades sem sentido, ofensas e reclamações que não interessam coletivamente - geralmente produzidas por pessoas que não nos propiciariam bons encontros pessoalmente - resultam, quando muito, na replicação (trend topicando, às vezes) de palavras negativas que, com a velocidade das coisas virtuais, perdem sentido rapidamente e que (melhor ainda) podem ser simplesmente ignoradas.

É como imaginar toda a 'moral da história' do filme Crash, ampliar aquela ideia toda e pensar que pode-se tirar um proveito racional disso. Beleza, né?

2 comentários:

  1. Ruim é usar as redes sociais para quebrar os recordes da mulher! "Competitividade gera competitividade", humpf!

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  2. Casamento também é uma espécie de rede social, Bia! hehehe!

    O twitter permite que muita gente que estava calada se manifeste que (nem sempre) é bom!

    Abraços, meu velho!

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